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Farmacologia do Tratamento de Doenças da Tireóide
01/11/2014
Publicado por: Marjorie Jales

Farmacologia do Tratamento de Doenças da Tireóide
Autora: Marjorie Azevedo Jales

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As alterações da tireóide são uns dos distúrbios endócrinos mais comuns. Elas, geralmente, são acompanhadas de sinais e sintomas que envolvem outros órgãos e sistemas, como a pele.

Inicialmente, veremos algumas das doenças tireoidianas para, posteriormente, abordarmos a farmacologia de seus tratamentos.

 

TIREOTOXICIDADE (HIPERTIREOIDISMO)

Nela, há a produção excessiva dos hormônios tireoidianos e, consequentemente, a atividades dele em demasia gera taxa metabólica elevada, aumento da temperatura corporal e grande sensibilidade ao calor. Isso implica sintomas como tremor fino, nervosismo, perda de peso e taquicardia.

Doença de Graves

Também conhecida como bócio tóxico difuso é uma doença auto-imune causada por imunoglobulinas estimulantes da tireoide, que por serem semelhantes ao TSH, são direcionadas ao receptor de TSH. Além disso, pode haver mutação na constituição do receptor de TRH. Os pacientes com Doenças de Graves apresentam protusão do globo ocular (exoftalmia).

Bócio Simples Não Tóxico

É característico de pessoas que possuem dieta deficiente em iodo, o que leva ao aumento do TRH plasmático e , por fim, ao aumento do tamanho da glândula, devido à ação trófica dele. Em geral, a tireóide aumentada consegue produzir quantidades normais de hormônio tireoidiano, embora, na deficiência grave possa ocorrer hipotereoidismo.

HIPOTIREOIDISMO

A redução da atividade tireoidiana resulta em hipoteoidismo. Essa doença também tem origem imunológica, e as manifestações incluem taxa metabólica baixa, bradicardia, sensibilidade ao frio, letargia, comprometimento mental.

Tireoidite de Hashimoto

Doença auto-imune, na qual ocorre reação imune contra a tireoglobulina ou outro componente da tireoide.

Cretinismo

Doença causada devido à deficiência da função tireoidiana durante o desenvolvimento , causada por ausência congênita ou desenvolvimento incompleto da tireóide. Isso resulta em um acentuado retardo do crescimento e deficiência mental.

FÁRMACOS

 

IODO RADIOATIVO

É usado no tratamento do hipertireoidismo. O isótopo usado é o I¹³¹. Ao ser administrado por via oral, é captado e processado pela tireóide, sendo incorporado à tireoglobulina. O isótopo emite tanto radiaçõs beta como gama, porém as ondas gama passam através do tecido sem causar dano, enquanto as beta, que têm curto alcance, são absorvidas e exercem ação citotóxica.

Depois do tratamento, o paciente pode desenvolver hipotireoidismo,o que pode ser revertido facilmente através da terapia de reposição da tiroxina.

TIOUREILENOS

Incluem os fármacos: carbimazol, metimazol e propiltiouracil. Eles agem reduzindo a liberação de hormônios tireoidianos, causando redução gradual dos sinais e sintomas da tireotoxicose, assim, a taxa metabólica basal e a frequência cardíaca voltam ao normal em 3 ou 4 semanas.Há evidências de que eles atuem inibindo a iodação dos resíduos de tirosil da tireoglobulina, uma vez que agem como substrato para o complexo peroxidase-iodo, inibindo competitivamente a interação com a tirosina.

IODO

O iodo é convertido em iodeto, que inibe temporariamente a liberação de hormônios tireoidianos. Quando doses elevadas de iodo são administradas a pacientes com tireotoxicose, os sintomas desaparecem em 1 ou 2 dias.Em geral, o iodo é administrado por via oral em solução de iodeto de potássio.

LEVOTIROXINA E LIOTIRONINA

Não existem fármacos que aumentem, especificamente, a síntese de hormônios da tireóide. O único tramento efetivo para o hipotireoidismo, a menos que a causa dele seja a deficiência de iodo, é administrar os hormônios tireoidianos em sim, como terapia de reposição. Assim, a levotiroxina equivale a tiroxina, enquanto a liotironina equivale a triiodotironina.

Fonte: Rang & Dale . Farmacologia. 6ª edição.